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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TPM e Nutrição Clínica Funcional

Uma boa notícia para as mulheres (e cônjuges) que todo mês sofrem com a TPM: a Nutrição Clínica Funcional, uma especialidade derivada da nutrição tradicional, vem desenvolvendo uma série de estudos para identificar nutrientes e fitoterápicos capazes de resolver ou pelo menos atenuar o problema. Novidades sobre esse assunto serão apresentadas em setembro, em São Paulo, durante o I Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional. Na ocasião, a Dra. Elizabeth Ayoub, do Rio de Janeiro, dará uma palestra sobre Nutrição e Fitoquímicos na Modulação da TPM.
Segundo a Dra. Elizabeth, a estratégia terapêutica é decidida de acordo com cada caso, levando-se em conta os aspectos hormonais, bioquímicos, dietéticos, emocionais, ambientais, além dos hábitos cotidianos. "A terapêutica deve ser global, na tentativa de restabelecer o equilíbrio como um todo e não apenas aliviar um sintoma. Como um primeiro passo, utilizamos os recursos adequados para fazer uma "detoxificação hepática", ou seja, a eliminação ou remoção de substâncias tóxicas do organismo pelo fígado. A função hepática é fundamental para a manutenção do equilíbrio hormonal", explica.
O tratamento adotado pela Nutrição Clínica Funcional varia de acordo com o tipo de TPM apresentado pela paciente. Hoje a disfunção é classificada em quatro grupos:

1. TPM tipo A: envolve sintomas como ansiedade, irritabilidade e tensão nervosa, com prevalência de 65 a 75%;

2. TPM tipo C: com prevalência entre 25% e 30%, se caracteriza por aumento de apetite (incluindo, principalmente, desejo de comer doces), fadiga, dor de cabeça e palpitações;

3. TPM tipo D: geralmente se manifesta com depressão, choro, letargia, insônia e confusão mental, ocorrendo em 25% a 30% das mulheres;

4. TPM tipo H: com incidência de 60% a 70%, e que pode causar retenção de líquidos, ganho de peso no período pré-menstrual, dores na barriga e nos seios.


No caso da TPM A, as recomendações terapêuticas e nutricionais compreendem uma suplementação de vitaminas do complexo B, vitamina E e magnésio. Alimentos ricos em fibras também são indicados. Deve-se restringir o consumo de açúcar, cafeína, laticínios e gordura animal.

Quem sofre de TPM C deve ter uma alimentação rica ou fazer uma suplementação de magnésio, ácido cis-linoleico, GLA (ácido graxo), cromo, zinco, além de vitaminas B6, B3 e C. É recomendável, ainda, reduzir o consumo de carboidratos, principalmente os refinados. O aumento de óleos ricos em cis-linoleico pode ser conseguido com o consumo de óleo de girassol e prímula. Na lista de vilões estão sal, doces, álcool, gorduras animais.

Já as mulheres com TPM D devem investigar níveis hormonais de estradiol, progesterona e androgênios; localizar origem de hiperandrogenismo; confirmar ou excluir possível intoxicação por chumbo; e excluir problemas psiquiátricos. No tratamento, são indicados aminoácidos, como, por exemplo, a Ltirosina pela manhã e triptofano à noite. Dependendo do caso, podem ser interessantes vitamina B6, magnésio e reposição estrogênica. Quando se faz necessária a reposição estrogênica, uma boa opção é um fitoterápico como a cimicífuga racemosa, também conhecida como Black Cohosh.

Finalmente, as portadoras da TPM H devem fazer uma suplementação de magnésio e vitamina B6 e, em alguns casos, de vitamina E associada ao zinco. A dieta deve ter redução moderada de sal e de carboidratos simples, e aumento de fontes de ácido linoleico e GLA.

Para a melhoria das funções intestinais, são recomendados fibras, como, por exemplo, o alginato, o psyllium e as sementes de linhaça. Dentre as opções fitoterápicas utilizadas na atenuação dos sintomas da TPM, destacam-se cardo mariano, que atua na reabilitação das células hepáticas e biliares; óleo de prímula, rico em ácidos graxos essenciais, como o GLA; e vitex agnus castus, um modulador hormonal natural. Outras boas opções são valeriana, que ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse, e o orégano, usado com sucesso como digestivo, em resfriados e nos distúrbios menstruais.

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