1. A hipertensão arterial é uma doença curável.
Mito. A hipertensão arterial é uma doença que pode ter cura, no entanto, este fato ocorre numa minoria dos casos. Em menos de 10% dos hipertensos encontramos uma causa curável para a doença. Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial é uma doença causada por diversos fatores (chamada de doença multifatorial).Estes fatores atuam de uma forma conjunta e complexa. O avançar da idade, raça, estresse psicossocial , história familiar, excesso de peso, sedentarismo, ingesta excessiva de sal, entre outros fatores , estão envolvidos na gênese da doença.
2. A hipertensão arterial costuma causar sintomas, como a dor de cabeça.
Mito. A hipertensão arterial não costuma causar sintomas, principalmente em hipertensos crônicos. Por este motivo, a doença é conhecida como a “matadora silenciosa”. Sintomas como dor de cabeça, mal estar, tonturas e sangramento nasal , não são um bom indicativo da presença de hipertensão arterial .A MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial), exame que correlaciona valores da pressão arterial e os sintomas referidos pelo paciente ao longo do dia, reforça a natureza assintomática da doença.
3. As pessoas devem apresentar um valor da pressão arterial relativamente constante.
Mito. A pressão arterial costuma variar a cada batimento cardíaco, de acordo com as atividades exercidas pelo indivíduo. A pressão arterial costuma ser maior em situações de estresse , excitação ou esforço físico ( exemplos: dirigir , participar de uma reunião de negócios ou durante a atividade sexual).Durante o período do sono , costuma haver uma queda fisiológica da pressão arterial (cerca de 10 a 20% a menos quando comparada a pressão arterial média durante o dia).Os idosos apresentam uma grande variabilidade da pressão arterial, podendo num mesmo dia, apresentar valores discrepantes em curtos intervalos de tempo.
4. É normal que as pessoas idosas tenham uma pressão arterial mais elevada.
Mito. A pressão arterial máxima ou sistólica costuma aumentar com a idade, enquanto que a pressão arterial mínima ou diastólica, não aumenta (ou até diminui), após os 50 anos .Por isso, em idosos, é comum haver apenas uma elevação da pressão arterial máxima (hipertensão arterial sistólica isolada).Tanto para adultos como para idosos, uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmhg é considerada sempre elevada. Nos idosos, a pressão arterial sistólica é a mais indicativa do desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como o derrame cerebral , infarto do miocárdio e a insuficiência cardíaca.
5. A aproximação dos valores da pressão arterial máxima com os valores da pressão arterial mínima, é indicativa de um ataque cardíaco.
Mito. Esta situação mencionada acima, mais comumente vista em hipertensos mais jovens, nada mais é do que uma elevação isolada ou predominantemente da pressão arterial mínima ou diastólica (exemplo: 130 / 98 mmHg).Embora este fato também acarrete um aumento do risco de complicações cardiovasculares com o passar do tempo , ele não é indicativo da ocorrência imediata de um ataque cardíaco (infarto do miocárdio).
6. Uma vez que a minha pressão arterial está controlada, poderei deixar de tomar a minha medicação.
Mito. A normalização da pressão arterial costuma ser fruto da ação de uma ou mais medicações anti-hipertensivas , além disso, as mudanças dos hábitos de vida são fundamentais. Como a ação destas drogas é transitória, a suspensão das mesmas elevará novamente a pressão arterial. Em resumo, hipertensos que controlaram sua pressão arterial após a introdução de medicamentos, não devem suspendê-los sem uma devida orientação médica.
7. No dia da consulta , não devo tomar a medicação anti-hipertensiva, pois só assim meu médico saberá de fato como está a minha pressão arterial.
Mito. Nos hipertensos em uso de medicação, a medida da pressão arterial sob o uso corrente destas drogas trará informações importantes sobre como está sendo o tratamento da doença. Logo , as medicações não deverão ser suspensas no dia da consulta.
8. As medicações anti-hipertensivas afetam o desempenho sexual.
Mito. Certos betabloqueadores, diuréticos ou a alfa-metil-dopa, podem atingir a esfera sexual. No entanto, hoje dispomos de inúmeras drogas efetivas e bem toleradas , que não apresentam influência sobre o desempenho sexual do paciente hipertenso.
9. Medicamentos manipulados são tão eficazes quanto os genéricos ou aqueles de formulação galênica (medicamento de referência).
Mito. Nunca troque o receituário de seu médico no balcão da farmácia. As diretrizes dos especialistas em hipertensão arterial costumam sugeriri o uso das medicações de formulação galênica (medicamento de referência ou similires). Os medicamentos genéricos , que passaram por testes de bioequivalência (comprovando sua efetividade) também podem ser usados. Evite as medicações manipuladas, pois são menos confiáveis .
10. Só é recomendado a medição de pressão a partir dos 15 anos.
MITO. Atualmente, considera-se obrigatória a medida da pressão arterial a partir dos três anos de idade, anualmente, ou antes dessa idade, quando a criança apresentar antecedentes neonatais, doenças renais, ou fatores de risco familiares.
11. A medida considerada normal para esse grupo é diferente da dos adultos.
VERDADE. A pressão média na infância costuma ser de 70 por 40 e vai aumentando com o crescimento até chegar a 120 por 80 na vida adulta. Na infância e adolescência têm-se como pressão arterial normal valores de medida abaixo de 90, tanto para pressão sistólica como para a diastólica. Números entre 90 e 95 estão inseridos na faixa normal limítrofe, e acima de 95 definem o diagnóstico de hipertensão arterial se confirmados em três ocasiões diferentes.
12. Maus hábitos atingem em cheio a saúde dos jovens.
VERDADE. Os relatos clínicos demonstram importante associação entre excesso de peso e pressão elevada principalmente nos adolescentes. A ingestão de álcool, o uso de drogas (particularmente a cocaína) e a utilização de anabolizantes e anticoncepcionais orais devem ser considerados como possíveis causas de hipertensão arterial nessa faixa etária.
13. Considera-se hipertensão na gravidez quando o nível da pressão arterial for maior ou igual a 140/90 mmHg.
VERDADE. Mas há parâmetros específicos para estabelecer a gravidade do mal com base na variação das pressões sistólica e diastólica.
14. A pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no Brasil.
VERDADE. A incidência em nosso país é de cerca de 10%, segundo o Consenso Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez. Mas a causa desta manifestação permanece desconhecida.
15. A ocorrência da hipertensão em indivíduos negros é mais elevada que na população em geral.
VERDADE. E também se manifesta com maior gravidade. Além disso, o controle é mais difícil, devido a fatores genéticos.
16. Mulheres são candidatas naturais à hipertensão na menopausa pela perda da produção do hormônio estrógeno.
Provavelmente. É possível que a produção natural dos hormônios femininos influencie. Quando cessa essa produção, na menopausa, o problema é agravado. Entretanto, a reposição artificial dos hormônios não se tem mostrado capaz de reduzir a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares nas mulheres submetidas ao tratamento de reposição hormonal.
17. A utilização de anticoncepcionais orais deve ser evitada por mulheres com mais de 35 anos e por obesas.
VERDADE. Embora não haja uma contra-indicação formal, os consensos brasileiros de hipertensão recomendam a suspensão, devido ao maior risco desse grupo desenvolver o distúrbio.
Dicas:
. Alimentos embutidos como salsicha, linguiça, presunto e carne seca têm alto teor de sódio, por isso seu consumo deve ser moderado.
. Veja sempre as informações nutricionais: alimentos com grandes quantidades de sódio prejudicam a saúde e se consumidos frequentemente, podem levar a problemas de pressão.
. O estresse prejudica muito o controle da pressão;
. O fumo contribui para que a pressão seja aumentada;
. Pratique exercícios físicos regularmente: Caminhada de 30 minutos diários já ajuda.
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