Os idosos estão sob risco nutricional como resultado de múltiplos fatores fisiológicos, sociais, psicológicos e econômicos. O declínio natural das funções fisiológicas com a idade leva à menor eficiência na absorção e no metabolismo dos nutrientes. Nessa fase da vida, há maior incidência de doenças crônicas que, em associação com medicamentos, pode afetar a utilização de nutrientes.
Estudo conduzido pelo Dr. Simin Nikbin Meydani, diretor do laboratório de imunologia nutricional do USDA, o departamento de agricultura dos EUA, demonstrou que idosos com status adequado de zinco tinham 50% menos chance de desenvolver pneumonia, tomavam menos antibióticos e os índices de mortalidade eram menores.
O grupo estudou infecções respiratórias em cerca de 600 idosos na área de Boston e verificou que a deficiência deste nutriente é muito comum neste grupo, tanto devido à alimentação inadequada, quanto à má absorção intestinal ou uso de medicamentos que interferem em sua disponibilidade.
O zinco é um mineral importante para a competência do sistema imunológico e para o bom desenvolvimento do sistema antioxidante, é um micronutriente que está presente em enzimas, participa do processo de mobilização hepática da vitamina A e atua no crescimento e maturação sexual, funções imunológicas, dentre outras. (WAITZBERG, 2002)
A deficiência de zinco é considerada um problema nutricional mundial, pois afeta igualmente grupos populacionais em países desenvolvidos e em desenvolvimento (Salgueiro et al, 2000) e pode levar à anorexia, que reduz a ingestão de alimentos com repercussões na saúde do idoso, e a dificuldades na reparação de tecidos, que aumenta o tempo de convalescença em estados de doença. (CHANDRA, 1992)
A ausência de zinco na alimentação tem sido associada à ingestão elevada de alimentos ricos em carboidratos, com pequena contribuição de proteína animal, um perfil comum entre idosos devido à menor renda e restrições para obter e preparar as refeições. (SANDRSTRÔM, 1997)
Recomendação Diária de Zinco (mg) para indivíduos acima dos 51 anos. | |
Sexo | Quantidade |
Feminino | 8 mg/ dia |
Masculino | 11 mg/ dia |
Principais fontes de zinco | ||
Alimentos | Quantidade/ Medida Caseira | Quantidade de Zinco (mg) |
Farelo de Aveia | 94g | 2,92 |
Feijão | 51g / 2 colheres de sopa | 1,15 |
Peito de Frango | 180g/ 1 pedaço médio | 1,5 |
Leite Integral | 240ml / 1 copo | 1 |
Arroz Integral | 40g / 2 colheres de sopa | 1 |
Carne bovina | 130g / 1 fatia média | 4 |
Com o envelhecimento, pode ocorrer diminuição da ingestão energética por causa da diminuição da taxa de metabolismo basal, da redução do tamanho corporal e da atividade física. Em consequência, muitos idosos apresentam risco de ingestão inadequada em nutrientes essenciais.(CESAR et al, 2005)
Devido à importância funcional do zinco durante o envelhecimento, os programas de atenção ao idoso devem incluir orientação nutricional para alcançar níveis desejados de energia e equilíbrio entre os macronutrientes, com participação de melhores fontes de zinco na alimentação, ou ainda, recomendação do uso de suplementos a fim de alcançar níveis adequados do micronutriente no sangue.(CESAR et al, 2005)
Para os idosos, a nutrição é especialmente importante devido às mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento e ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. É fundamental que o idoso apresente uma dieta equilibrada em carboidratos, proteínas, gorduras. O atendimento das necessidades de vitaminas e minerais é essencial. Além disso, é importante a refeição apresentar aspectos atrativos como a cor, sabor, aroma e textura, e que seja priorizado o prazer no momento da refeição, atendendo as preferências do idoso.
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