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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O cuidado nutricional e a alimentação para portadores de HIV

Uma boa nutrição e cuidados com a alimentação são condições essenciais para um sistema imunológico saudável. No entanto, pessoas com HIV / AIDS podem ter dificuldades em assegurar uma boa nutrição por um conjunto de razões.

Tanto o próprio vírus HIV quanto os medicamentos utilizados podem causar uma multiplicidade de problemas que afetam a saúde nutricional do portador.

Náuseas crônicas, alteração do paladar, perda de apetite, dificuldades em mastigar ou engolir são fatores que influenciam o baixo percentual de adequação das necessidades nutricionais. Ainda assim, mesmo quando o portador é capaz de comer e beber pode haver uma diminuição da quantidade de nutrientes absorvidos devido a diarréias (efeito mais comum causado pela medicação).

A deficiência de vitaminas e minerais é comum em pessoas infectadas pelo HIV e é atribuída à má absorção e a alterações no mecanismo do sistema imune e metabólico. Entretanto, a suplementação de micronutrientes deve ser individualizada e cuidadosa.

Uma infecção de HIV descontrolada pode também aumentar a taxa metabólica, resultando em necessidades energéticas elevadas.
 
Todos estes problemas de má absorção e aumento das necessidades energéticas e nutricionais podem levar a uma rápida perda de peso. Esta perda de peso, sobretudo de proteínas musculares, provoca um elevado cansaço, além de reduzir a capacidade do sistema imunológico combater outras infecções e doenças.

Abaixo seguem algumas indicações de alimentação para aliviar os transtornos comum:

1. Perda de Peso: Para prevenir ou reverter a desnutrição, é necessário ter uma alimentação balanceada. Os alimentos ricos em proteínas, como carnes, alimentos lácteos e leguminosas, ajudam a reconstruir os músculos e estimular o sistema imunológico, enfraquecido pelo HIV. Além disso, o consumo de gorduras saudáveis (poliinsaturadas e monoinsaturadas) também promove o ganho de peso. Contudo, o consumo elevado de gorduras não é recomendado em casos de diarréia;
 
2.  Perda do Apetite: As náuseas e as mudanças causadas pela medicação podem causar um decréscimo ou mesmo perda do apetite. Neste caso, é importante consumir refeições pequenas e freqüentes, uma vez que o organismo consegue tolerar melhor esta forma de alimentação.
Também deve-se preferir alimentos de mais fácil aceitação, como batatas cozidas, arroz, frango, iogurte e aveia. É necessário evitar líquidos durante as refeições e comer alimentos de alta densidade energético-protéica;

3. Diarréia: A diarréia pode ser causada por infecções ou alguns tipos de medicação. Nestes casos, é melhor evitar leite e derivados (iogurte e queijos) e substituir por leite de soja e derivados. Alimentos ricos em gorduras como frituras, bolos, salsichas, molhos, etc, também podem agravar a diarréia. É necessário evitar alimentos ricos em fibras insolúveis (folhas, frutas com bagaço e casca e cereais integrais) e preferir fibras solúveis (aveia, maçã).E para prevenir a desidratação, deve-se beber bastante líquido (água, água de côco, bebidas isotônicas), sempre de acordo com a orientação do nutricionista.

As pessoas com AIDS e com sistema imunitário enfraquecido têm um risco maior de contrair doenças de origem alimentar. Por isso é importante seguir diretrizes básicas de precaução e segurança alimentar, tais como:

- Lavar as mãos antes de uma refeição;

- O manipulador de alimentos deve ter cuidados de higiene;

- Descongelar os alimentos congelados na geladeira ou num forno microondas, e não à temperatura ambiente;

- Higienizar corretamente as frutas cruas e as saladas cruas;

- No caso das frutas, algumas não devem ser oferecidas nem se passarem pelo processo de cozimento, pois os riscos de conter agentes patogênicos podem permanecer;

- Não deixe alimentos perecíveis, como leite, queijo, ovos ou restos de carne, à temperatura ambiente por um período superior a duas horas.

Além disso, o consumo de alimentos funcionais tem apresentado resultados positivos na resposta imunológica e na prevenção das alterações metabólicas resultantes da terapia anti-retroviral. Como exemplo, podemos citar:

  • Ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes, algas marinhas e na linhaça, e ácidos graxos ômega-6, encontrados em óleos vegetais (soja, girassol e oliva): interferem na coagulação sangüínea, no controle do processo inflamatório e na melhora da massa corpórea magra;

• Alicina, aliína e sulfeto de dialina, encontrados no alho: têm função hipotensora, fibrinolítica, anticoagulante e reduzem o colesterol;

• Probióticos (bifidobactérias, lactobacilos, etc.) e prebióticos (FOS e Inulina), encontrados em bebidas lácteas, iogurtes, leites fermentados etc.: melhoram a macrobiota intestinal, os níveis de colesterol e o sistema imunológico.

É importante lembrar que a funcionalidade dos alimentos depende da quantidade ingerida diariamente e da forma de preparo.

Recomenda-se que todo paciente infectado pelo HIV seja encaminhado ao profissional nutricionista logo após o primeiro diagnóstico para avaliação do seu perfil nutricional, determinando e priorizando intervenções dietoterápicas apropriadas através de metas individualizadas, para tratar deficiências nutricionais, manter ou restaurar a massa corporal magra e melhorar a qualidade de vida.

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