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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Saiba mais sobre a batata Yacon.

Ainda não há um veredicto final. Porém todos os estudos (e não são poucos) relacionados ao yacón levam a crer que embora por aqui ele ainda não faça tanto sucesso, seus benefícios à saúde podem fazê-lo superar a popularidade de sua co-irmã batata inglesa. “O yacón tem uma fibra especial chamada frutooligossacarídeos (FOS) que ajuda a melhorar a função gastrointestinal, reduzir o colesterol, fortalecer o sistema imunológico e prevenir a prisão de ventre”, garante o biólogo Iván Manrique, especialista em yacón do CIP - Centro Internacional de la Papa (batata, em espanhol), no Peru. Segundo ele, o tubérculo também é uma fonte importante de antioxidantes, um grupo de substâncias químicas que têm sido associadas à prevenção do câncer e de doenças cardiovasculares.
Por aqui, os especialistas são mais cautelosos. Entretanto, não menos otimistas. O Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) realiza estudos com o alimento desde o final da década de 1990, utilizando a raiz como matéria prima. “Os frutanos, presentes nas raízes, são fibras alimentares que fermentam no intestino grosso e, em algumas circunstâncias, podem influenciar positivamente a composição bacteriana e a saúde do intestino”, explica Alexandre Rodrigues Lobo, nutricionista e Doutor em Ciência de Alimentos pela USP.
Trocando em miúdos, o yacón difere-se pelo fato de sua raiz apresentar elevado teor de água, poucas calorias e seu principal carboidrato ser o frutooligossacarídeos (FOS). Ele tem a propriedade de estimular o crescimento das bifidobactérias no intestino, protegendo a flora intestinal e atuando em casos de prisão de ventre.

Uma versão naturalmente diet
No entanto, o yacón ganhou notoriedade devido a outro benefício. E foi por causa dele que o tubérculo conquistou um pseudônimo: “batata dos diabéticos”. A presidente da Apan, Elaine Martins Bento, diz que o yacón tem outro carboidrato, a inulina. “Uma fibra solúvel que reduz a liberação de glicose após as refeições e pode colaborar com a diminuição da concentração de ácidos graxos e colesterol no sangue”, salienta. A nutricionista Paula Cristina Augusto da Costa, do Centro de Diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) informa que os estudos são preliminares, mas têm demonstrado resultados interessantes. “A inulina (um adoçante natural de baixa caloria) tem conteúdo calórico menor que o dos outros carboidratos, fornecendo 1 kcal/g contra 4 kcal/g dos demais. Por isso, o yacón vem sendo utilizado em pesquisas com diabéticos já que seu consumo parece não aumentar a quantidade de açúcar no sangue”, reforça a especialista da Unifesp.
E pesquisadores brasileiros têm se empenhado para confirmar toda essa teoria. Até o momento, a maioria dos estudos foi realizada em animais. Esses efeitos ainda precisam de confirmação em humanos. O yacón é uma boa fonte de carboidratos benéficos à saúde, além de ter potássio e, em menores quantidades, cálcio, magnésio, fósforo, sódio, zinco, ferro, vitamina C e o aminoácido triptofano. As pesquisas são justamente para comprovar todos estes benefícios.
Chegamos à melhor parte: a degustação. Mas, se você pensa que, muito em breve, irá ao fast-food pedir uma porção de fritas versão yacón – crocante e saudável -, pode desistir! Nada de frituras, pois o yacón mais parece uma fruta.  
Quem já provou garante que o tubérculo tem o sabor de pêra. Geralmente é consumida crua logo após ter sido descascada, pois escurece rápido. Combina bem com sucos de fruta e saladas, mas pode também ser cozida e utilizada em receitas.
O especialista peruano, Iván Manrique, atenta para um detalhe. “A melhor forma de consumo de frutas e verduras é em seu estado fresco (cru). No entanto, no yacón o FOS se degrada rapidamente depois que as raízes são colhidas. Nos produtos processados, como o xarope, não existe perda de FOS porque a enzima responsável pela degradação é desativada durante o processo”, explica. Por isso, ele dá um conselho: se eleger o consumo ‘in natura’ saiba que terá que comer uma quantidade maior para compensar o déficit de FOS.

Que nome é esse?
Yacu = água. Iván Manrique explica que a origem do nome é quéchua (língua nativa andina), afinal a batata contém cerca de 90% de água. “Sabe-se que o yacón já havia sido consumido como alimento antes da formação do Império Inca. Diferentes evidências arqueológicas indicam que o alimento foi usado no Peru pelas culturas Nasca (500 aC-700 dC), Paracas (1500-500 aC) y Mochica (500 aC-700 dC), e na Argentina pela cultura Candelaria (1-1000 dC)”, informa. Com a chegada dos espanhóis, o consumo se restringiu às áreas rurais. E isso o salvou da extinção.

Anote as receitinhas e inclua este tubérculo em seu paladar: 

Purê de yacón
Ingredientes:
1 yacón
½ quilo de batata
½ quilo de laranja para suco
Açúcar a gosto

Preparo:
Descasque as batatas e o yacón e corte-os. Depois coloque tudo no liquidificador e acrescente o suco de laranja e um pouco de açúcar. Não é preciso deixá-lo muito liquido. E é importante lembrar que o yacón já contém açúcar natural.

Salada com yacón
Ingredientes
¼ de cabeça de aipo
½ quilo de yacón pré-cozido
¼ quilo de batata
¼ de litro de maionese
100 gramas de uvas passas
50 gramas de queijo cortado em cubos
Sal a gosto
Alface e salsinha
Preparo:
Em uma tigela coloque o yacón e a batata picados, o aipo e depois acrescente a maionese e misture tudo. Coloque o queijo e tempere com sal a gosto. Decore com uvas passas, alface e salsinha.  
*Receitas elaboradas pelo CIP – Centro Internacional de la Papa

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